“Lembra-te de que morrerás.” Esta é a divisa dos Frades Trapistas, um ramo beneditino. Reflitamos, pois, sobre esta verdade.
O nosso tempo é brevíssimo, uns caminham muito pouco, outros caminham um pouco mais e chegam à idade provecta, senhora da razão e da experiência. Foi o que se sucedeu ao nosso conterrâneo e parente próximo Vilar Fontenele. Ele caminhou o tempo necessário para experimentar as delícias do viver octogenário, preparando-se para o epílogo de sua vida terrena.
A nossa caminhada é um constante aprender na sôfrega busca de uma vivência melhor. Estamos sempre, recordando o passado, vivendo o presente e esperando o futuro. Somos escravo do tempo. Este ferrenho juiz nos adverte, a cada hora: “a duração da vida é para todos breve e irreparável, lembra-te do fim.”
Portanto, escutemos o que nos apregoa um grande sábio: “Deve-se aprender a viver por toda a vida, e, por mais que tu talvez te espantes, a vida toda é um aprender a morrer…”
Após estas importantes reflexões, falemos desse líder político coreauense.
A Família Cristino de Menezes é possuidora de sólida tradição na política municipal de Coreaú. No Império e na República, expoentes dessa honrada linhagem tiveram assento nas duas instâncias do poder municipal da Velha Palma, hoje Coreaú: a Câmara e a Prefeitura.
Machado de Assis, renomado escritor brasileiro, in “Helena” – 1876, afirma: “Entra-se na política por vocação legítima, ambição nobre, interesse, vaidade e até por simples distração.”
Por esse prisma, podemos proclamar que Francisco Vilar Fontenele de Menezes, no dia 10 de junho de 1950, ao participar da fundação do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, no município de Coreaú, inclusive, sendo eleito para o cargo de 1º Tesoureiro do Diretório Municipal, entrou para a política municipal de Coreaú por vocação legítima.
Vilar, além de exercer o cargo de vereador na Legislatura de 1959 a 1963, foi também Prefeito Municipal por duas vezes: 25/3/1971 a 30/1/1973 e 1º/1/1983 a 31/12/1988, e Vice-Prefeito em duas oportunidades: 25/3/1967 a 24/3/1971 e 1º/1/1977 a 31/12/1982.
O julgamento de sua ação administrativa, nos dois mandatos em que governou Coreaú, cabe à História. Porém, nos é facultado realçar, neste texto, algumas marcas de suas administrações: o vigoroso apoio à municipalização do Ginásio Nossa Senhora da Piedade, em 1971; a aquisição do prédio da atual Prefeitura no decorrer de 1972; a reestruturação da Banda Municipal em 1987; e a construção da ponte sobre o Rio Coreaú.
Esse Cristino de Menezes, como cidadão, comerciante e político, prestou relevantes serviços à sociedade coreauense, sendo, portanto, merecedor do nosso respeito e da nossa estima.
Fortaleza, 25 de outubro de 2009
Leonardo Pildas
Coreausiara