Lembro com saudosismo e movido por sentimento telúrico, o Rio Coreaú em tempos idos. A velha barragem fazia a festa de nossa gente. Ao primeiro sinal das águas que corriam no seu leito, o rio era só festa! Lembro a velha canoa do seu Valto transpondo as pessoas que vinham das localidades adjacentes, as moças a tomar banho de sol na margem direita. O “rabo da gata” foi palco de muitos carnavais. Quem não lembra do “Bico doce” travestido de mulher dançando a machinhas de carnanavais?A água, apesar de ser barrenta, não representava perigo à população. E hoje, o rio chora, agoniza pedindo respeito e socorro!! Aquele que, por muito tempo, representou diversão e entretenimento, agora se ressente ante a poluição advinda dos esgotos a céu aberto, ao lixo jogado a sua margem, às construções desordenadas, às queimadas das mata sciliares. Enfim, o rio está morto! !Se pudesse falar, com certeza, diria: “Não queimem meus cabelos.Não joguem veneno nas minhas águas.(...) O meu destino, as minhas veias e o meu sangue estão em suas mãos.”(Poema Rio Coreaú, de Benedito Lourenço). Infelizmente, o que há no nosso rio são águas de esgotos e ribanceiras de lixo. Que as autoridades competentes façam um projeto de revitalização. Ele representa a nossa memória, emprestou nome à cidade. Preservemos, pois, o que resta!Ele é parte de nossa HISTORIA, uma vez morto, morta está a nossa memória.
Davi Portela
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